quarta-feira, 27 de abril de 2011

Separação

Já aconteceu de algum de vocês desistir de algo que estava fazendo e querer mudar, dar uma repaginada em sua vida? Isso já aconteceu comigo várias vezes. Aliás, está acontecendo agora, mas estou resistindo desta vez.
Pois bem, este texto que vou postar abaixo é justamente sobre isso, sobre uma mudança grande em minha vida que acabou sendo quase como um divórcio depois de um bom tempo casado. Eu nunca fui casado de verdade, mas a relação que eu tive era quase como se fosse: sim, eu chegava tarde, tinha brigas fenomenais e às vezes não podia sair com os amigos. Atualmente estou tendo um deja vu dessa relação, mas tudo bem, acho que desta vez engrena.
Vou parar por aqui, ou o texto vai ser mais curto que a introdução. Com vocês:



Divórcio
Bruno Leandro


Vou deixar a Matemática de lado por ora. Volto a fazer mais lá pra frente. É um casamento de seis anos, mas nem sempre entendo tudo o que ela diz. Ela faz muitos segredos, tem muitas incógnitas. Por isso, vamos nos separar por um tempo. Além disso, confesso que tenho sido relapso: não a tenho dado a atenção devida. Até a traí um pouco, trocando-a pela Educação. Ela me trai também, trocando o meu currículo por outros mais novos. Enfim, chegamos a termo de que não é o momento certo, que devemos seguir separados em nossas vidas.
Se será litigioso ou amigável, eu não sei. Só o tempo dirá. Quem sabe um dia eu não volte a procurá-la, para alguns períodos de núpcias? Talvez ela se torne uma amante ou uma segunda esposa, não sei. Não sou polígono (digo, polígamo) e meu coração pertence a outra neste momento. Ela se diz de dupla nacionalidade. É americana e britânica, mas todas a chamam Inglesa. Tem uma Língua extremamente atrativa, perdendo apenas para a Portuguesa abrasileirada que, incestuosamente, chamo de materna. Mas - ai que pecado! - não há como me furtar a seus encantos, mesmo que a digam complicada (eu prefiro complexa).
Enfim, estou me separando. Levo a mala na mão e meus cadernos na outra. As derivadas e integrais ficam por conta do acordo. Os cálculos, frutos do casamento, ficam parte com ela, parte comigo. Ela fica com a casa (a faculdade) e eu com o carro (o cérebro), pois preciso dele na casa de minha nova esposa, que é exigente e me quer por inteiro, de corpo e alma. Me cobra muito que a possua, que a saiba em seus mínimos detalhes e conheça cada curva e nuance suas. E eu, muito obediente, prometi que o faria, que a desnudaria por completo e que seria todo seu. Ela não sabe, mas dou minhas escapulidas com uma Alemã que conheci alguns anos depois dela e que já tinha namorado antes da Matemática. É só aos fins-de-semana, mas não resisto. Chamem-me adúltero! Confesso que sou! Não me contento com uma só, é bem verdade. Eu já disse que não sou polígamo, mas bem pretendo virar poliglota. Sacanagem? De jeito nenhum, não faço surubas linguísticas e nem orgias gramaticais. Claro que às vezes me confundo, falo de uma como se estivesse a falar da outra, mas me corrijo a tempo. Sei que elas percebem, mas fingem ignorar. Sabem que não faço por mal, nem as quero magoar. Apenas não consigo ser de uma só.
Bom, preciso ir agora, estou indo pegar o ônibus (linha Vestibular), pois o carro está a descansar na garagem para a nova vida. Puxa! Já ia me esquecendo! Não mudo de prédio (universidade), apenas de casa. Acredita que são vizinhas de condomínio e que ficam no mesmo prédio, com apenas alguns andares de diferença? Ah, eu ainda me mato nessas trocas conjugais...

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Primeiro de Abril Atrasado.

Este post está semanas atrasado, mas antes tarde do que nunca.
Eu resolvi fazer um conto de primeiro de abril e postar aqui, mas, como eu ainda tinha outros textos a postar na frente, acabei não fazendo isso. Mas não tem problema. Como eu já ouvi por aí: antes tarde do que mais tarde. Porém, um aviso ao amigo navegante: este texto contém cenas fortes, mas, no fim, é tudo uma grande brincadeira de primeiro de abril. Ou será que não? Descubra por si mesmo.
Com vocês:



Um Terrível Conto de Primeiro de Abril.

Bruno Leandro

Devagar. Devagar era bom. Devagar era muito bom. Muito, muito bom. A navalha cortava o pescoço lentamente, abrindo a carne aos poucos, enquanto rompia músculos, tendões, nervos e artérias. O sangue, então, espirrava. Primeiro, devagar, um pequeno fio de sangue escorrendo pela pele. Depois, com maior velocidade, um esguicho tímido, fino, que foi se transformando em um rio rubro, que manchava pele e roupas, se empoçando no chão. O pedaço de carne gritava, mas isso apenas aumentava o seu prazer. Um prazer quase sexual, sublime. O prazer de sentir a dor dos outros.

A navalha também passeava em outras áreas, em outras carnes. Cada pedacinho ia sendo retalhado ou esfolado. Era lindo ver o escarlate por debaixo da pele. Primeiro era o róseo dos músculos, aquela cor pulsante, se contraindo a cada corte. Depois, vinha o vermelho vivo do sangue. Este, mais especial ainda, que se espalhava e alterava o tom do mundo. Por fim, o branco dos nervos, que maculavam aquela cor linda, tornando-a suja, impura.

O prazer daquele momento sublime durou horas, a melodia da dor sendo orquestrada pelos movimentos precisos de cima a baixo e laterais, diagonais algumas vezes. Ele era uma criança com seu melhor brinquedo. Um artista em seu melhor momento. Os desenhos cortados naquela tela incomum eram cada vez mais lindos, perfeitos.

Por fim, para encerrar a sinfonia, o suspiro final da canção de agonia cantada pelas horas a fio como uma valorização de sua obra. A admiração coroada do sofrimento profundo. A dor que chegava ao fim.

Desinteressado, ele largou o corpo sobre a cama, enquanto limpava seu instrumento de arte. Sobre o móvel, a tela já não era mais viva e, portanto, não importava mais.

Os olhos vidrados o encaravam acusatoriamente do além-morte, mas ele não se encolhia de culpa. Ela acreditara nele. Acreditara! Ele havia dito que a deixaria viva, mas como poderia? Será que ela não sabia que era primeiro de abril?

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Contos de Fadas

Olá, pessoas!

Esta semana eu resolvi mudar um pouco. Por isso, em vez de ver um texto antigo, resolvi que vou postar para vocês um texto dos meus mais recentes, na temática de Fantasia/Contos de Fadas.
O que eu escrevi foi, digamos, uma "continuação" de uma história já conhecida de vocês: Chapeuzinho Vermelho. Esta releitura/continuação foi inspirada pelo autor Pedro Bandeira, com seu livro "O Fantástico Mistério de Feiurinha" (aliás, para quem não leu, saibam que é um ótimo livro, bem melhor do que o filme que fizeram). No livro, Chapeuzinho Vermelho já é uma trintona que não consegue arranjar um marido/namorado por culpa do narrador da história, que disse que ela e a avó viveriam felizes para sempre. Como não existe príncipe na história, a pobre Chapeuzinho virou uma solteirona.
A história é também um passeio por todos os contos de fada. Alguns que talvez não sejam muito conhecidos, outros saídos de poesias curtas, mas todos muito especiais.

Enfim, por isso eu resolvi brincar com a ideia e, por conta disso, escrevi a história a seguir. Com vocês:



Nem todas as fadas contam contos
Bruno Leandro

E
  ra uma vez um “viveram felizes para sempre” que não durou tanto tempo assim.
Esquecida pelo contador de histórias e condenada a cuidar para sempre de uma avó que estava ficando cada vez mais senil sem a ajuda de sua mãe irresponsável, que só aparecia cedo ou tarde demais, Chapeuzinho Vermelho se cansou e, determinada a quebrar o efeito Peter Pan, entrou na Floresta Negra, logo atrás da casa do porquinho sobrevivente. Lá buscou a Fada Azul, que havia comprado uma casa feita de doces quando a dona anterior sumira misteriosamente...
Havia se perdido, fugindo de um sapo que queria beijá-la a todo custo. Tinha aprendido por experiência própria que animais falantes costumam ser causa de muita dor de cabeça e não queria mais uma de jeito nenhum. Aliás, quase tinha entrado em outra casa por engano. Por sorte, uma menina loira havia saído correndo poucos segundos antes e gritado ursos, em vez de lobos. Talvez eles tivessem invadido a casa, vai saber. Ela ia passar o telefone do lenhador, mas a outra menina já tinha sumido na estrada... Um tempo depois, encontrou uma caverna de onde saíram alguns anões gentis que a ajudaram a encontrar o caminho. Um deles era meio rabugento, mas parecia ter um bom coração.
Chegando ao local indicado, a menina se espantou: em vez de uma casa de doces, havia uma torre feita de doces, sem porta, escada ou castelo, e, no alto dela, a Fada Azul, olhando pro horizonte pela janela. A altura era muito grande, por isso, não importando o quanto a menina gritasse, a fada nada conseguia ouvir. Lembrando-se que tinha feito uma visita a seu amigo João na semana anterior, Chapeuzinho pegou alguns feijões que tinha ganhado deste e colocou no solo, se escondendo atrás da torre enquanto os feijões alcançavam as nuvens.
A Fada Azul, que estava distraída sonhando com baleias e bonecos de madeira feitos por relojoeiros, tomou um tremendo susto ao ver aquele pé de feijão enorme surgindo à sua frente. Mais ainda, quando viu uma menininha vestida de vermelho fazendo de tudo pra chegar à sua janela. Quando a garota finalmente pulou para dentro, a fada ficou sem palavras.
Já dentro da torre (que cheirava a pão de mel recém-assado e tinha paredes fofas), a garotinha se espantou com a aparência da fada, que tinha um cabelo azul tão grande e pesado que com certeza teria partido o pescoço de uma pessoa normal. Quando perguntou pra fada e ela disse que era a última moda, Chapeuzinho pensou que aquilo era a última moda na época em que as princesas ainda furavam os dedos em rocas e dormiam a sono solto – e roncando alto, ainda por cima. Claro que a garota não era doida de falar nada e preferiu concordar. Era melhor não contrariar.
Assim que a menina terminou de contar seu caso, a fada concordou em ajudar. Disse que, para isso, a garota teria que pegar a espuma de uma sereia e o pólen de uma flor de Tumbelinas. Além disso, a menina também precisaria de pó de fada do campo. A garota ficou emburrada, porque para outros tinha sido muito mais fácil. E ela se comportava tão bem! A fada só fez lembrar que boas meninas não falam com desconhecidos e não desviam dos caminhos que seus pais mandaram, calando, com isso, a menina, que começou a descida pelo pé de feijão.
Depois que a menina foi embora, a Fada Azul resolveu sonhar com bonecos de gengibre feitos por padeiros.
Ao voltar ao chão, Chapeuzinho deu um suspiro de alívio e seguiu em frente sem derrubar o pé de feijão, pois iria precisar dele quando voltasse.
Ao pé do feijão, a menina chamou um táxi-charrete e foi até o cais, esperando pegar uma carona com Simbad até topar com alguma sereia que lhe ajudasse com o primeiro problema. Como o marujo estava de bom humor, eles começaram a navegar na direção do Triângulo da Bermudas, onde havia muitos naufrágios e algumas sereias ajudam os humanos a sobreviverem. O lugar era meio deserto, só faltava a areia e uma lâmpada mágica para a garota se sentir na última das mil e uma noites. Bom, faltava o marido violento também, mas, no desespero em que se encontrava, até isso era bem-vindo. Bem, na verdade não...
Chegando ao local, descobriu que ele não era exatamente tão vazio quanto imaginava. Havia todo tipo de gente ali! Os contos de fada do oriente adoravam viajar em navios estranhos e tinham conhecido quase todas as terras. Quase todas, já que tinham encalhado ali, no fim das contas...
O caminho era traiçoeiro, mas Sinbad era experiente e conseguiu seguir pelos recifes sem ir a pique. Tiveram uma briga com um pirata de Barba Azul pelo meio da passagem, mas nada de mais, já que o pirata foi engolido por um crocodilo que fazia um barulho engraçado, algo assim de relógio. Aos poucos chegaram ao fundo da ilha, onde as belas sereias se escondiam dos olhos dos homens, com medo de encantá-los com sua beleza e fazê-los se afogar por as seguirem. Chapeuzinho não tinha problemas com isso, pois era uma garota que não gostava muito de peixes.
Depois de uma rápida conversa, conseguindo o que queria, a menina saiu triste, pois descobriu que uma sereia só produz espuma quando morre. A irmã mais nova daquelas sereias havia se apaixonado por um homem que não a quis e, como conseqüência, morrido por não ter o seu amor. Era uma história triste, que nunca deveria acontecer com ninguém.
De volta ao porto, Chapeuzinho foi aos campos, buscando as fadas e as Tumbelinas. Acenou de longe para sua amiga Mary, mas evitou sua companhia. Mary era muito fofoqueira e adorava falar mal da vida dos outros. Por isso o pessoal a evitava e ela ficava só com seu cordeirinho. Uma vez Mary contou pra todo mundo sobre uma princesa que tinha vindo de família humilde e que só usava trapos pra se vestir antes de dar o golpe do baú em um príncipe, o fazendo acreditar que ela era rica, só porque usava sapatinhos de cristal – um absurdo! – disse Mary. Pra evitar esse tipo de mexerico, Chapeuzinho preferia passar longe.
A busca pelas Tumbelinas foi fácil, já que havia várias flores-leito espalhadas pelo campo. A garota logo encontrou uma colônia, perto de um lago onde alguns patos pareciam debochar do menor e não tão bonito dentre eles. Na colônia demorou um pouquinho para convencer o grupo a lhe dar o pólen, pois envolvia a destruição da casa de um deles. Mas, com a promessa bem política de plantar três no lugar, conseguiu que cedessem.
As fadas do campo não estavam em casa. Um bilhete com algo sobre uma convenção no Caribe, ou coisa assim... por sorte, elas tinham deixado pó o suficiente para ajudar na primavera... a garota deixou um bilhete avisando que iria pegar uma xicrinha emprestada e devolveria quando pudesse (ou seja, nunca). Com todos os ingredientes em mãos, só faltava voltar.
A volta foi bem tranqüila. A menina esbarrou em um Garotinho dorminhoco que era todo Azul, e ele começou a chorar sem parar e resolveu persegui-la. Como Chapeuzinho era mais rápida, acabou deixando-o pra trás. O garoto então voltou pra o seu lugar e continuou a chorar.
Chapeuzinho já estava ficando louca de tanto conto esquisito que encontrava. Alguns sem pé nem cabeça e outros realmente sem pé ou cabeça. Mas, como seu desafio estava próximo do fim, relaxou e seguiu em frente. O passeio, no fim das contas, tinha sido interessante mesmo...
Finalmente a menina chegou ao pé da torre e tocou a subir o feijoeiro., se perguntando se era demais um elevadorzinho ali. Quando alcançou a janela, encontrou a fada exatamente como a tinha deixado, olhando perdida para o horizonte como se o amanhã não existisse. Ela entregou os objetos de sua busca e esperou a magia acontecer.
Quando a fada misturou todos os ingredientes que Chapeuzinho Vermelho lhe deu no liquidificador, a garota começou a ficar com nojo, pensando se teria que beber aquela mistura de elementos tão estranhos. Por sorte, a fada jogou ao vento e disse algumas palavras mágicas que a menina não ouviu muito bem, mas pensou que tivesse algo a ver com “trazer o verdadeiro amor”, ou algo assim. A mistura, voando mais rápido que a velocidade do pensamento, correu o mundo e voltou o mais rápido que pôde. E então, ao voltar, trouxe alguma coisa consigo. Ou melhor: alguém.
Chapeuzinho descobriu, então, que havia um príncipe para ela.
A garota olhou para o príncipe, fascinada pela sua beleza. Ele a olhou de volta e estendeu a mão para tocar em seu rosto.
Assim que o príncipe a tocou, a magia aconteceu e seu manto e capuz derreteram, escorrendo vermelhos no solo. Ela, enfim, se via uma adulta, livre do feitiço do tempo.
Como tem que acontecer em todos os contos de fada, Chapeuzinho, que não era mais Chapeuzinho, casou-se com seu príncipe. A cerimônia foi linda e todos se emocionaram. Todo o reino do Faz de Conta tinha ido ver o desencalhe da garota que finalmente tinha crescido.
Após a cerimônia e duas semanas de lua de mel depois, finalmente os pombinhos foram morar no castelo. A mãe da garota se mudou com eles, mas acabou não dando muito certo, pois era uma sogra muito chata, mesmo sem ter sido uma boa mãe. Ela acabou viajando para conhecer o mundo, auxiliada por uma gorda pensão que sua filha passou a lhe dar. Quanto à avó, preferiu continuar na sua cabaninha e, como não conseguia mais fazer quase nada sozinha, contrataram uma cuidadora para lhe ajudar. Depois de um tempo casados, a Princesa e seu Príncipe começaram a ter filhos e fizeram uma família grande. A Princesa nunca mais usou vermelho na vida. Tudo era bom para todos no reino do Faz de Conta...
... E todos viveram felizes pelo tempo que foi possível.

FIM







sexta-feira, 8 de abril de 2011

Lição de Moral

Bem, não é uma lição de moral de verdade, mas eu escrevi o texto a seguir em um dos meus raros momentos de reflexão. Como este, há vários textos meus que são escritos de impulso e nunca mais são revisitados. Acho que é para preservar a pureza do momento da criação.
Alguns dos meus textos ficariam até melhores se fossem reescritos. Outros não. E é por isso que eu tenho tendência a não reescrever nada. Estou mudando isso para o livro que estou escrevendo, pois um livro não tem mesmo como ser escrito de um fôlego só, a não ser que seja um livro apenas de reflexões.
Mas, aqui estou refletindo acerca de minhas reflexões. Se continuar assim, vou acabar ficando mais doido do que já sou.
Enfim, o texto a seguir é um pouco sobre a liberdade, mas também é um pouco mais do que isso. Também é um texto antigo, mas, se não for o último, é um dos últimos da minha antiga safra. A partir de agora, começo a publicar textos de dois anos para cá. (Sim, demorei anos para voltar a escrever textos.) Por causa disso, a visão muda, os temas continuam em constante mudança e eu mesmo mudei. Estou reaprendendo a escrever, voltando a fazer parte dessa maravilhosa aventura que é viajar no mundo das letras como autor, em vez de leitor.
Espero que gostem do que vem a seguir. Sem mais:


Um Tratado Sobre Liberdade
Bruno Leandro

            Sangue e carne. Vida e morte. Somos parte de um só ser. Toda causa tem uma conseqüência. Toda ação tem uma reação. E o que dizer de nossos atos? Será que agüentamos os resultados deles? Podemos viver com o que provocamos? Afinal, por que tantas perguntas? Por nosso próprio motivo.
            Tudo o que temos feito no mundo, tende a voltar como um bumerangue. A cada passo que damos, temos que olhar para trás. É a única forma para termos alguma noção de que não estamos sendo perseguidos pelo que fizemos ou dissemos. E é bom prestar atenção, já que você pode ser responsável pelo que acontece em sua vida. Seja bom ou ruim.
          Vamos pensar desta forma: basicamente, o ciclo da vida do ser humano consiste em nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e morrer. Mas é só isso? Quero dizer, não há nada a mais? Claro que há. E é isso o que conta.
            Os atos que você planta são os que colhe. Só que amplificados muitas vezes. Você não pode e nem deve viver irresponsavelmente. Ter liberdade de viver e agir, não significa que você possa se expressar como queira, não se importando com os sentimentos dos outros.
            Como já disse antes agora repito: Pense antes de agir. Não viva passando por cima dos outros. Meça as conseqüências dos seus atos. E, acima de tudo, não fira os outros com suas ações. Esta, sim, é a verdadeira liberdade. A que vem com a responsabilidade.