quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A Taça

Como podem as guerras começar por coisas tão pequenas? O que faz uma pessoa brigar com outra por algo que, teoricamente, não deveria importar?


A Taça
Bruno Leandro

Havia uma taça.
Havia uma taça que era a mais bonita de todas. Dourada, cravejada de pedras preciosas e com inscrições em prata, tal taça era considerada especial. Uns diziam que era sagrada, posto que ouro é um metal divino. Outros, que era demoníaca, já que o excesso de riquezas não levaria ao céu, mas ao inferno. Uma pequena divergência de opiniões foi suficiente para separá-los.
O povo escolhido, como eles se definiam, dizia que aquela taça era sagrada e que tinha sido enviada dos céus por um anjo divino para que os homens tivessem amor, paz e boa-vontade uns para com os outros. Diziam que aqueles que não acreditavam no poder da taça eram hereges e que eles não mereceriam o reino dos céus, já que se rebelavam contra o nome e a vontade de Deus, residida naquela taça.
O povo do senhor, o grupo que se opunha ao primeiro, pregava que riquezas materiais não levam ao céu e que aquela taça era uma dissimulação enviada pelo demônio para tentar a todos. A taça era um joguete demoníaco e sua existência era uma prova do mal. Nenhum bem viria da posse de tal objeto maligno. Aqueles que tentassem se apossar da taça e dela se utilizar deveriam ser punidos, pois eram imundos aos olhos de Deus e apenas queriam e praticariam o mal aos homens de boa vontade.
Discórdias, discussões, bate-bocas e pequenas brigas levaram a algo ainda maior. Os conflitos formaram dois lados e a guerra começou.
Houve sangue, suor, lágrimas e derrotas para ambos os lados. O fanatismo daqueles que queriam proteger a taça era equivalente exato ao dos que queriam destruí-la e nenhum dos lados queria dar o braço a torcer para o outro. Houve mortes, torturas, assassinatos e a desvirtuação da glória da Cruzada inicial. Houve estupros, houve a morte dos mais velhos e houve a morte dos mais novos. Crianças, idosos e vulneráveis de quaisquer espécies, nenhum deles era perdoado por existir. Bastava estarem vivos e serem do “povo inimigo”, para que merecessem morrer. A ideia de paz foi se tornando cada vez mais distante e logo deixou de existir como se nunca houvesse. Enquanto isso, a taça permanecia em seu lugar, inalterada, intocada, imaculada.
Chegou um dia em que o massacre deu-se de forma definitiva. Toda a carne foi estraçalhada, todos os ossos foram quebrados, todos os corações foram destroçados. Não houve sobreviventes, os dois grupos se exterminaram e o mundo, enfim, conheceu a paz.
Milênios se passaram, a trágica história da taça foi esquecida e a mesma foi abandonada ao tempo, sem que ninguém sequer lembrasse de sua existência. Até certo dia.
Um dia, um garoto correu pelo território proibido, que ele não sabia que havia sido proibido e, mesmo que soubesse, não saberia mais o porquê. Ele caminhou por áreas desertas, cheias de ruínas e onde, um dia, homens haviam morrido por uma causa, melhor dizendo, por duas causas. Seus ossos há muito haviam se esfarelado e reclamados pelo tempo, as armas, enferrujadas, jaziam inofensivas longe do alcance da vista. Nada ali existia que pudesse causa temor no coração daquela pobre criança.
O garoto, sem saber onde estava, se perdeu. Perdido, teve sede e, depois de muito procurar, achou uma fonte de águas límpidas. Suas mãos, pequenas, não permitiam que bebesse o quanto queria, apesar de suas tentativas. Foi quando ele viu, a pouca distância, um objeto meio largado meio enterrado na terra e na poeira das eras. Sem saber o que era, desenterrou o objeto e viu que era uma taça. Aquela taça que causara a discórdia entre todas aquelas pessoas no passado. Porém, disso, o garoto nada sabia nem nunca ficaria sabendo.
Ele pegou a taça, com cuidado, a lavou, tirando toda a poeira e, ao secá-la com um pano, viu o quanto era bonita, com sua cor dourada e todas as suas pedrarias. Sabia que a taça deveria ter um alto valor, mas não se interessava por aquilo naquele momento.
Sem cerimônias, o garoto pegou a taça já limpa e a colocou na fonte. Ao vê-la cheia do líquido cristalino, puxou-a para fora e sorveu o conteúdo sofregamente. Se houvesse o fantasma ou o espírito de alguma das facções ali, ainda aguardando para ver o que aconteceria ao mundo quando ela fosse tocada, teria se decepcionado amargamente.
Nada aconteceu. O mundo não foi salvo de suas próprias maldades, tampouco condenado à danação eterna. Aquela taça, a taça da discórdia que havia provocado a morte de tantas pessoas em seu nome, no fim, era apenas uma taça.


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Por que eu luto?

Sempre temos algo pelo que lutar. Às vezes o motivo pode ser egoísta, às vezes ele pode ser altruísta. No entanto, apenas nós sabemos por que lutamos. Eu luto por aquilo que acredito e sei pelo que luto. E você, pelo que luta? Por que luta?


Por que eu luto?
Bruno Leandro


Vivi muitas vidas e batalhei em inúmeras guerras. Sempre lutei ao lado dos que achava justos e passei cada uma de minhas existências desafiando o que eu considerava mau.
Já morri mortes terríveis, já enfrentei torturas diversas e sempre tive como recompensa de meus atos abnegados o sofrimento. Cada encarnação foi mais dolorida do que as outras. No entanto, eu sempre segui em frente, sempre prossegui sem medo e sem olhar para trás. Nunca pensei duas vezes sobre me sacrificar nas escaramuças, pois eram justas, eram corretas e eu deveria apoiá-las.
Livrei o mundo de inúmeros tiranos e fiz com que vários déspotas se arrependessem de seus atos. Salvei inúmeros povos de seres perversos e malignos e dei a cada ser que fora tocado pela bondade uma segunda chance de se arrepender de suas vis ações. Não tirei vidas sem motivo e nunca o fiz por motivos torpes. Sempre preferi dar minha vida para defender os bons e impedir o avanço dos maus.
Sofri, sofri muito e sofri por muitas eras, de uma forma tal que meu corpo gritou e minha alma e espírito se arrebentaram e bradaram, suplicando por descanso. Ainda assim, minha mente, que a tudo que há em mim governa, mesmo exausta e exaurida, mesmo sabendo que não haveria recompensas no final, novamente, uma vez após a outra, se levantou e, animando a mim e aos outros, prosseguiu em frente, me impelindo a lutar contra os inimigos mais uma vez. Isso me trouxe a mais esta batalha.
Sinto-me tonto pela falta de sono e um golpe errado faz com que minha guarda se abra. Minha visão nubla e reconheço a dor como uma velha amiga quando o coração é transpassado. O sangue espirra pelas narinas e sinto seu gosto de ferrugem em minha boca, enquanto trinco os dentes. Meu corpo enfraquece, mas reúno forças para um último golpe, que acaba sendo suficiente. Meu inimigo tomba antes de mim e o mundo está seguro por mais algum tempo. Sei que serei necessário outras vezes, mas, ao menos por enquanto, posso descansar em paz.
Meu corpo cai com um baque surdo no solo, mas não creio que alguém ouviria minha queda, no meio de tantas outras. Sei que, mais uma vez, morrerei e permanecerei anônimo e que meu corpo será indigente como o de tantos outros que caíram antes de mim ou que cairão depois; não importando seus lados, na morte somos todos iguais.
Se o que passei valeu a pena? Posso dizer que sim, mesmo sentindo a vista escurecendo e sabendo que minha última visão deste mundo será o pequeno rio que se forma de meu sangue. Minto, essa não será minha última visão, pois me esforço para olhar para o horizonte e vejo o motivo que me faz lutar sempre que sou necessário. Vejo montanhas, um lindo céu azul e um sol que queima como fogo, alaranjando a paisagem enquanto o dia se vai, junto comigo. É por isso que eu luto, para que o mundo consiga ter pelo menos mais um nascer do sol, ou um lindo pôr-do-sol como este que acompanha o fim de meu último dia nesta terra... 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Bloqueio Criativo


Alguém aí já passou por uma terrível fase de bloqueio criativo? Eu estou passando por uma dessas agora.

Sabe quando você fica sem idéias, não sabe o que escrever e cada frase sua termina sem sentido? Isso quando você consegue escrever uma frase? Pois é, eu já passei por isso, mas não é o meu caso no momento. Eu já fiquei sem idéias, sem saber o que escrever ou sobre o que escrever. Eu já fiquei com um branco enorme na mente que não me deixava fazer nada de útil. Acreditem, não foi nada legal. Mas, como eu já disse, meu caso atual não é esse.

Já aconteceu com vocês de entrarem em uma fase de excelentes idéias, maravilhosas idéias que com certeza vão ter muitos efeitos legais, que vão fazer seus livros ou textos bombarem ou que são simplesmente geniais? Então, eu estou passando exatamente por isso. Mas, como é que isso pode ser considerado bloqueio criativo, Bruno? – sei que vai ter muita gente se perguntando isso, mas prometo que faz sentido. O que acontece é que estou em uma fase que eu chamo de “febre criativa”, ou excesso de idéias. Sim, eu estou tendo muitas idéias boas, mas elas estão subindo umas nas outras, lutando por espaço na minha cabeça e criando uma confusão que não me deixa criar.


Semana passada, mesmo, enquanto estava tomando banho e tive a idéia de escrever sobre este tipo estranho de bloqueio, tive idéias para outros três textos diferentes, sendo dois contos e o último o texto “Resumo de duas semanas”, que publiquei aqui no blog em duas partes porque ficou grande demais para caber em um dia só. Os outros textos ainda estão em produção, mas devem ficar prontos logo, se eu não tiver novas idéias. Entenderam o meu problema? São tantas idéias vindo ao mesmo tempo, que eu não sei qual trabalhar em seguida. Parece bom, parece divertido, mas, acreditem, não é mesmo.

Eu estou com mais de trinta textos iniciados e não terminados, além do livro que estou escrevendo, parados porque eu tenho um insight aqui, uma epifania ali, um fluxo criativo acolá... e, de um em outro, eu não estou conseguindo me concentrar em uma coisa de cada vez. O livro, mesmo, que eu deveria já ter terminado, está sofrendo com vários acréscimos, que eu creio que sejam positivos, mas que estão me impedindo de terminar a história. Quer dizer, é claro que eu quero que meu livro seja o melhor possível, mas ele não será nada se não for terminado, não é mesmo?

O mais engraçado de tudo é que esse “bloqueio” que eu estou tendo não é uma fase. Eu tenho essa “febre criativa” desde sempre, mas sob certo controle. Minha mãe chegava a ficar louca de tantas histórias em quadrinhos que eu produzia ao mesmo tempo quando era criança (e adolescente). Minha casa vivia tão cheia de papel que ela ficava doida. Não estou dizendo que isso mudou muito, mas agora ela se conformou e, de qualquer forma, a maioria das minhas produções tendo sido na tela dos computadores, o que tem diminuído um pouco a ansiedade dela, rs.

Eu não sei se escrever sobre o meu bloqueio vai me ajudar ou não a aliviar a situação, mas espero que sim. Caso isso não aconteça, pelo menos compartilhei algo de mim com vocês e, em conseqüência, alimentei o blog.

É isso, meu povo. Espero que vocês tenham gostado do que escrevi e que este meu bloqueio passe logo, pois não quero passar a vida inteira escrevendo um livro só. Torçam por mim!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Resumo de duas semanas - parte 2


Hoje eu continuo a postagem de ontem sobre as minhas duas semanas totalmente sumido.

ENEL – 2012

O ENEL é um Encontro Nacional dos Estudantes de Letras, o qual acontece anualmente, mudando de região a cada vez. Isso dá a oportunidade de todos os estudantes interagirem e reforçarem seus laços, além de conhecerem partes do país às quais nunca imaginaram ir antes. Há palestras, oficinas, encontros culturais e, claro, festas, pois ninguém é de ferro. Existem dias para turismo e plenárias para discussões políticas, onde temos voz e voto. A comissão organizadora tem a função de receber o evento na cidade-sede do encontro e de por tudo em ordem para que a universidade que receberá os estudantes o faça de maneira que seja o mais proveitosa possível. No entanto...

Perrengue... (Sim, eu fiquei neste lugar)
Devo dizer que fui muito empolgado para o encontro. Este foi o meu primeiro ENEL (de muitos, espero), mas confesso que me desapontei com muitas coisas. Depois de uma viagem de 20h (opção minha, pois eu quis participar da viagem com meus colegas), que apesar de cansativa, foi divertida e me deu a oportunidade de conversar com pessoas com as quais eu nunca teria interagido, chegamos à cidade de Florianópolis, indo para a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Digamos, que aí começaram alguns problemas estruturais que me deixaram desapontado. Contudo, eu prefiro não ficar reclamando muito. Devo, apenas, dizer que o lugar em que fomos acomodados não era o que havia sido combinado e que a alimentação deixou a desejar em muitos aspectos. Além disso, problemas com organização de salas e horários das palestras e oficinas, além do cancelamento de algumas delas me deixaram meio reticente sobre se eu havia realmente conseguido meu intento, já que eu havia ido ali por motivos acadêmicos.

A entrada da UFSC
Apesar dos problemas (que não foram poucos), creio que tenha conseguido um bom aproveitamento do encontro, pois os ciclos de discussões, palestras e oficinas dos quais participei foram ótimos. Quem disse que estudantes não conseguem organizar um evento para estudantes? Sei que parece contraditório o que escrevi neste parágrafo em relação ao anterior, mas não estou mais falando da organização do evento em si, mas da qualidade dos trabalhos apresentados. Vi apresentações relacionadas ao ensino de línguas, uso de quadrinhos para o incentivo aos estudos e até mesmo de jogos e representações de RPG com o mesmo intento. Fiquei feliz com a profundidade e a maturidade com que meus colegas de todas as partes do país trataram de seus assuntos. Fiquei orgulhoso em saber que muitos deles serão futuros professores, pois, se se mantiverem como estão, o futuro de nossa educação estará em muito boas mãos.

Pessoas de todas as partes do Brasil no evento
Na parte dos círculos de discussão política e plenárias, confesso que fiquei confuso, pois foram sempre as mesmas pessoas falando e expondo seus pontos de vista. Eu não tinha como me manifestar, já que era meu primeiro encontro, mas percebi que poucos falam e os mesmo poucos concentram as opiniões em torno de si. Não gosto disso e pretendo ter mais voz, se conseguir me inteirar melhor do funcionamento do ENEL para o próximo ano. Houve um círculo de discussão que achei muito curioso. Primeiro, porque eram três que viraram um só: um contra o racismo, outro contra a homofobia, e o terceiro sobre o aborto. Eu gostaria de participar dos três, e de quantos mais houvesse, pois muito me interessam os assuntos relacionados à opressão. Creio que a fusão dos três em um círculo de discussão sobre as opressões em geral tenha tido pontos positivos e negativos. Se, por um lado, pudemos falar sobre os três assuntos, por outro, eu acho que a discussão ficou rasa. Falou-se bastante de racismo, algo de homofobia, mas nada de aborto. Falamos, sim, da mercantilização da mulher e sobre o machismo, mas o assunto-tema, ao menos inicial, não foi sequer cogitado. Uma pena.

Uma das festas (a péssima qualidade é de propósito)
Eu ainda poderia falar sobre as culturais, sobre as festas (muito boas, no geral), de como a cidade era linda (apesar de eu não ter feito turismo, conheci os arredores da universidade) e seus habitantes bem educados (ao ponto de carros pararem nas faixas onde não havia sinal para que os pedestres passarem. Nunca não coisa aconteceria no Rio de Janeiro, onde o que impera é a pressa) e de muito outros assuntos, mas isso levaria páginas e páginas, coisa que a maioria das pessoas detestaria. Acho que já falei bastante, no entanto. Ainda tive um contratempo que estendeu minha viagem em seis horas: um bloqueio na Via Dutra por caminhoneiros que pediam melhores condições de trabalho. Meus colegas ficaram revoltados por eu ter dito que entendia o lado dos caminhoneiros, mas eu entendo, sim. Afinal, minha universidade não está em greve justamente por melhores condições? Enfim...

Próximo ao Shopping Iguatemi deles (temos um no RJ, também)
Como vocês podem ver, tive duas semanas bem agitadas e eu só voltei ao Rio de Janeiro na segunda-feira da semana passada, dia 30 de julho. Some-se a isso o fato de que eu voltei a trabalhar pouco depois e acho que dá pra entender porque não tive tempo hábil de produzir algo ainda. Acho que esta minha “pequena” postagem no blog acaba tendo a dupla função de justificativa e, também, de ocupar esse espaço vazio que esteve por aqui até agora.

Espero dentro em breve voltar a produzir contos e textos novos e torço para que você continuem acompanhando meu blog.

Abraços a todos!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Resumo de duas semanas - parte 1


Olá pessoal!

Vocês devem ter notado (ou não) que eu não tenho postado com frequência aqui no meu blog. Eu tenho duas explicações para isso, mas a mais recente é a seguinte: eu passei duas semanas fora do ar, indo a congressos e seminários. Não serve de desculpas, mas eu não consegui me concentrar em muitas outras coisas (como escrever, por exemplo), já que estava totalmente focado nas atividades em que eu estava participando. E posso dizer que valeram muito a pena, essas duas semanas e contribuíram muito para o meu crescimento profissional e, claro, o pessoal, também. O que eu estive fazendo? Bem...

Braz-Tesol

Na primeira semana eu permaneci aqui no Rio de Janeiro, mesmo. Fui a uma convenção de professores e instrutores de inglês, chamada Braz-Tesol, que acontece a cada dois anos em alguma parte do país. Neste ano, eu dei sorte e acabou acontecendo aqui na minha cidade, na Faculdade CCAA. Isso foi ótimo para mim, pois diminuiu bastante os custos que eu teria. Não tive que me preocupar com muita coisa além da inscrição e transporte. Teve a alimentação, claro, pois a convenção durava o dia inteiro e foram quatro longos dias, o dia inteiro, das 8h às 18h. Sinceramente, eu saía exausto ao fim de cada dia. Mas, verdade seja dita, aprendi muitas coisas interessantes e práticas, que posso usar com os meus alunos em sala de aula para tornar o ensino de línguas uma coisa mais efetiva e atraente. Havia gente de todos os cantos do mundo e eu me senti muito gratificado com a experiência, que espero repetir na próxima convenção, seja ela em que parte do país for.

A Faculdade CCAA tem uma localização boa, ficando no bairro Riachuelo, quase perto de minha casa, o que foi ótimo, pois era tranquila a minha movimentação até ela. Os mais de oito andares do prédio estavam quase todos ocupados com oficinas, palestras, exibição de patrocinadores e de algumas lojas e livrarias específicas para materiais relacionados ao ensino e aprendizagem de línguas. Parte dos eventos aconteciam em uma tenda que fora montada no estacionamento. Fiquei maravilhado com a estrutura da convenção.

Participei de oficinas sobre o uso de séries, vídeos, música, jogos de RPG, literatura... enfim, uma gama enorme de maneiras de tornar a língua, e o ensino de línguas, mais atraente. Como sou marinheiro de primeira viagem, não sei se escolhi as melhores oficinas e palestras para um iniciante, mas não tenho certeza de que exista realmente o “certo” e o “errado” quando se trata de tais opções. O importante é que eu vi muitas coisas das quais não tinha noção. E aprendi. E, como todos sabem, conhecimento nunca é demais.

Ganhei muitos materiais que pretendo utilizar no futuro, entre eles alguns livros destinados ao ensino de línguas para os estudantes do ensino fundamental. Acho que posso aproveitar vários exercícios dos livros que ganhei, embora eu deva dizer que ainda não tive tempo e/ou oportunidade de estudar o que recebi com calma, pois tudo é ainda muito recente. Comprei também um livro, que explica com humor alguns erros e confusões que não nativos podem cometer quando usam a língua ou quando tentam ouvi-la.

Esta primeira semana foi bastante proveitosa, quanto à segunda... bem, falarei dela melhor na segunda parte do post, pois ele acabou ficando muito maior do que eu planejava.

Amanhã tem mais, pessoal. Não sejam tímidos e voltem para a segunda parte do post!