sexta-feira, 19 de agosto de 2016

A tela em branco ou o temível bloqueio de escritor

Eu não sou uma pessoa dada a muitos bloqueios, pelo menos não no sentido tradicional. Não é comum eu ficar sem ideias diante de uma tela ou papel em branco. Na verdade, mesmo que a ideia não esteja boa, ela está lá e eu a escrevo aos borbotões. Na verdade, senhoras e senhores, meu problema é outro: excesso de ideias.
Eu não acredito que seja o único a ter excesso de ideias por aqui. Será que nunca aconteceu a vocês ficar paralisado, sem saber qual direção seguir, justamente porque tinha umas mil ideias diferentes borbulhando na cabeça? Isso acontece comigo o tempo todo, até criei um nome para essa situação: febre criativa.
Eu considero que estou com febre criativa quando tenho várias ideias tentando se apossar da minha cabeça ao mesmo tempo. Mas e se a heroína fizesse isso? E se, além de ir a tal lugar, meus heróis fosse a outro? E se o vilão na verdade aparecesse um pouquinho antes, para apimentar as coisas? E se meu volume fosse dividido em três partes, para explicar melhor algumas partes da história? Sim, essa é minha vida. E eu não sei bem o que fazer com ela. É mesmo muito raro eu ficar sem ideias, talvez não me venham as mais adequadas à situação, talvez elas surjam para outro livro, no lugar daquele que estou escrevendo, mas elas não deixam de vir. E o que eu faço? Eu travo. Ou eu escrevo. Muito.
O problema é que, quando escrevo, eu não me fixo naquela tela em branco à minha frente, eu vou abrindo arquivos do Word, ou até mesmo do bloco de notas, e escrevo neles as ideias laterais que se apossam de minha cabeça. Eu até mesmo pego papel e caneta, ou lápis, quando a situação pede, já que às vezes os programas de escrita demoram muito a abrir, eu estou na rua, no trabalho, ou em qualquer outra situação que uma telinha não poderia ser sacada. Papel e caneta são sempre seguros, basta tê-los à mão.
Enfim, com toda essa questão, meu bloqueio vem de não concatenar as ideias, de não conseguir o foco necessário para o que está à frente. Aposto que meu livro já deve ter mais páginas escritas sobre ele do que jamais terá na versão final. Se duvidar, este rompante de escrever aqui hoje acabou sendo resultado de uma fuga de responsabilidade aliada à necessidade de escrever sobre um tipo diferente de bloqueio de escritor.

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