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Mostrando postagens com o rótulo Literatura

Escrevendo a diversidade

Todos os personagens do seu livro são brancos, independendo o período histórico e localização? Há poucas mulheres na sua história e as que existem vivem em função dos homens que as cercam? O máximo de pessoas com alguma necessidade especial são mendigos ou seres quase tão assexuados quanto anjos? E, falando em sexualidade, sua história não lida com as diversas facetas possíveis? Sua história pode ter um problema: falta de diversidade. Antes de mais nada, quero deixar claro que eu não acho que uma história precise tratar de todos os temas de diversidade possíveis e imagináveis, ou vamos ter muito personagem para pouca história. No entanto, acho que diversidade é sempre algo positivo, pois enriquece nossos escritos e lhes dão um colorido diferente. Afinal, foi-se o tempo (se é que um dia ele existiu) em que o mundo era masculino, branco, heterossexual, de estatura um pouco mais alta do que a média, não portador de necessidades especiais, com inteligência de bom tamanho, bom vigor fí...

Será que é perda de tempo aprender sobre escrita?

(Ou melhor: até quando vale a pena?)  Não, este não é um post caça-cliques, embora possa parecer. A minha pergunta é genuína. Estou escrevendo um livro, sempre fazendo alguma coisa diferente, o que faz o livro atrasar mais e mais e, para escrever melhor, faço cursos, vejo palestras no Youtube e vou aprendendo mais e mais sobre o ofício da escrita. E isso é ótimo, concordo. No entanto,  até quando  é bom aprender a escrever? Escrever é um ofício como qualquer outro, com particularidade próprias e com níveis de dificuldade variados, dependendo de quem escreve. Há quem tenha facilidade com matemática, outros com biologia, há aqueles que aprendem línguas muito rápido, pessoas que desenham muito bem e outras que entendem bastante de história. E há pessoas com habilidade nata de escrita. Eu posso dizer, sem falsa modéstia, que me encaixo em alguns dos grupos e que escrever é algo natural para mim. Se eu tiver que escrever um conto sobre determinado assunto, é provável qu...

A Universidade e o Escritor

Hoje o meu questionamento vem de uma dúvida sincera e honesta: se a universidade é feita para formar profissionais e se escrever é uma profissão, a universidade não deveria formar escritores? Sou formado em Letras pela UERJ, onde me tornei bacharel e licenciado em Inglês, língua e literaturas. Entrei na faculdade com a intenção e aprender a escrever melhor. Não a utilizar a língua, mas pensando, de forma ingênua, que a universidade me apresentaria conteúdos para que eu pudesse me desenvolver como escritor. Aliás, até fiquei em dúvida entre Letras e Jornalismo e muitas vezes me peguei pensando se não deveria ter cursado o segundo. Quando entrei para a faculdade de Letras, tinha uma visão romântica que não se concretizou. É claro, fiz muitas análises literárias e vi como os escritores trabalham sua obra. Porém, posso dizer que o ponto de vista foi o da pesquisa, talvez da crítica, nunca o da produção. Recentemente, houve na UERJ um evento sobre o Mercado Editorial, muito bem organ...

Síndrome do Impostor

Até o Mister M tem seu lado impostor O grande desafio de escrever um livro é achar a história certa e fazer com que ela funcione e siga da melhor maneira. Porém, às vezes o autor não se acha bom o suficiente e pensa: “A quem eu estou enganando? Minha história é uma porcaria! Eu nunca serei um escritor”. -  Isso é normal e, acreditem, acontece com todos nós. Imagine que sua história está indo cada vez melhor. Você já escreveu vários capítulos, sabe exatamente para onde tudo se encaminha e está pronto para fazer o melhor livro de todos. Ou, pelo menos, era o que você pensava. Até que a Síndrome do Impostor se apossa de você e diz que você, além de não ser capaz de seguir em frente, é uma farsa. Isso pode acontecer de infinitas maneiras. Você pode ler m livro ótimo e se comparar com o autor, ou ver um filme, série com um enredo parecido com o seu. Você começa a se sentir cobrado para ser como seus ídolos, embora ninguém esteja cobrando. Ou você pode ver um furo que, no íntimo, ...

Autopromoção

No meu último texto, falei sobre a criação de uma base de leitores. Porém, ainda acho que há um pouco mais sobre isso. Sinto que não explorei todos os aspectos que poderia ter abordado. Então, este texto de hoje não é exatamente uma parte dois do outro, mas sobre pensamentos complementares, como eu gosto de chamar. A autopromoção — ou autodivulgação — é muito necessária para quem está começando em qualquer área que envolva pessoas. E digo isso como escritor, professor e, talvez no futuro, youtuber (vai acontecer em algum momento, só estou adiando). Para ter sucesso e ser conhecido — e, por consequência, ser lido — um escritor precisa saber se divulgar e fazer seu marketing pessoal. E tudo o que se faz, todas as estratégias, precisam ser feitas para que ele consiga alavancar seu número de seguidores e leitores. Para isso, há dois caminhos: gerar seguidores pessoais ou seguidores do seu trabalho. Confesso que o primeiro não é muito para mim, não sou um rock/pop star, sou tímido e ...

A Construção da Base Leitora

Todas as pessoas que escrevem e que começam do zero lutam com um problema terrível: “E se ninguém gostar do que eu escrevo?”   —   Falo isso porque eu mesmo passo por isso e, n ã o por acaso, criei este blog onde, além de contos, falo sobre minhas d ú vidas em relação à escrita. Este aqui  é  meu diário, meu confessionário e meu divã. É aqui que eu jogo minhas inseguranças, rumino as ansiedades e compartilho um pouco do que vou aprendendo pelo caminho. Não é formal, não é como se eu estivesse aqui para dar aulas de algo, mas sei que minha experiência vai ajudar em alguma coisa. E, no divã de hoje, os meus anseios são sobre  a construção da base leitora . Acho que a coisa que mais preocupa um autor iniciante   —   pelo menos,  é  o que mais   me  preocupa   —   é  ter uma base de leitores. Afinal, tirando alguns poucos seres iluminados e utópicos, todos escrevemos para sermos lidos. Oras, eu não criaria um blog se não quisesse que as pesso...

Como melhorar na escrita?

(You should work, work, work, work, work.) Escrever sobre escrever, por mais que pareça bobo, é algo que me anima. E digo isso pelo simples fato de que eu relaxo ao poder colocar minhas dúvidas e anseios fora da minha própria mente. Este espaço não se pretende nada mais do que um lugar de questionamentos e desabafos, sem respostas prontas e sem obrigatoriedade de respostas ao final da postagem. E, por conta disso, o assunto que eu quero abordar hoje é como melhorar na escrita. Escrever é algo difícil, mesmo para quem tem rompantes criativos, um português impecável e nasceu com um tablet na mão. Apesar de ser criativo e ter um nível muito bom de português, estou longe de ser perfeito e podem ter certeza de que não nasci com nenhum aplicativo de escrita a meu alcance. Sou da época (na minha época…) em que a internet estava começando. Eu posso, inclusive, dizer que cresci junto com ela, que nos desenvolvemos juntos e fomos aprendendo a lidar um com o outro. A tecnologia também evol...

O conto ou o romance?

Terminei de re-esboçar meu livro e estou a revisá-lo, reescrevendo partes que não funcionavam, cortando outras e acrescentando algo. Isso dá algum trabalho, mas é necessário para que um escrito fique bom, pois a primeira ideia, por ótima que seja, dificilmente é a melhor que podemos ter. Confesso que está sendo um ótimo aprendizado, pois, quando escrevo contos, meu planejamento sempre é mais solto e minha escrita mais espontânea. Com isso, me veio a pergunta: o que é mais fácil escrever, o conto ou o romance? Acredito que muita gente vá dizer que um conto é mais fácil do que um romance e, embora parte de mim pense dessa forma, confesso que ponho essa parte em xeque ao pensar que um conto tenha uma limitação de palavras para causar um efeito. Eu consigo fazer isso com certa naturalidade e já me considero um bom contista. Quando quero causar raiva, medo, alegria, tristeza, apreensão, acho que cumpro a missão em poucas palavras. Porém, ao contrário dos grandes Edgar Allan Poe e Macha...

Devo ou não fazer outline (esboço) da minha história?

Eu estava na dúvida se escreveria um texto para hoje, pois estou à toda na produção do meu livro. Porém, o que estou fazendo tem muito a ver com esse tema que vou abordar agora, então não tinha como escapar. Digamos que é uma união de oportunidades. Todas as vezes em que escrevia contos curtos, crônicas e até mesmo quando fazia e desenhava histórias em quadrinhos, a história sempre fluía de uma vez. Eu dificilmente fazia um planejamento prévio. Ou seja, nada de brainstorm (tempestade cerebral), outline (uma espécie de esboço), braindump (jogar o que está na sua mente no papel, não importando o que seja; muito parecido com o brainstorm), mapas mentais ou outra preparação. Era simplesmente escrever, escrever e escrever. Então, eu resolvi escrever um livro. O primeiro livro que eu tentei escrever não está completo até hoje, apesar de eu ter feito todo um planejamento em mapas, raças, relevos e história pregressa. Sendo um livro de fantasia, eu sabia que não poderia escapar disso e ...

Escrevendo meu primeiro romance fantástico

Este meu espaço aqui no blog novo e todos que os leem têm uma ideia de que estou escrevendo um livro. É um livro de fantasia, que pretendo ser algo juvenil, talvez para jovens-adultos. Gosto da ideia de escrever para um público variado, mas o livro é longo e sei que não será para crianças pequenas mais por conta do tamanho. Não é um Senhor dos Anéis, nem As Crônicas de Gelo e Fogo, mas não é um livro pequeno. O esboço do primeiro rascunho já foi, mas quero fazer um rascunho mais organizado (um segundo rascunho, por assim dizer) e, a partir daí, começar a trabalhar as pontas soltas do livro, fazer os cortes necessários e começar a chamar de livro, mesmo. Eu comecei esse livro há muitos anos, mas a vida entrou na frente e tive que escrevê-lo aos poucos. Não sei se isso é ruim ou bom, acredito que um pouco de cada, pois fui me profissionalizando com o tempo e as ideias para o universo do livro floresceram bem mais do que se eu ainda fosse aquele garoto que começou a escrever uma hist...

Mantendo uma agenda de escrita

Acho que uma das coisas mais difíceis quando se é um escritor de primeira viagem é manter uma agenda de escrita. Não que escrever seja um sacrífico, pois é algo que faço por prazer. No entanto, mesmo que por prazer, a constância é algo complicado de ser mantida. A princípio deveria ser algo fácil, não? Escrever 30, talvez 40 minutos por dia. Produzir textos sobre diversos assuntos ou, caso esteja trabalhando no primeiro livro — como eu — colocar uma nova sequência de palavras no papel ou tela do computador. E seria, mas nós insistimos em arranjar desculpas para não produzir. Às vezes, não são desculpas, mas a realidade: “tenho um trabalho para entregar para a faculdade”, “prova amanhã”, “projeto de término de curso”, “relatórios a serem entregues”, “o chefe pediu algo impossível de última hora”… Outras vezes, a necessidade de socializar: “a galera me chamou para um barzinho/boate”, “vai estrear aquele filme que estou louco para ver”, “preciso dar atenção para a família/amigos/ga...

Suspensão de Descrença

De uns tempos para cá, tenho lido tanto sobre escrever que, se duvidar, sou até capaz de escrever um livro sobre isso. Um tema, no entanto, que me chama atenção, e é o motivador da minha vida como escritor é a  suspensão de descrença . E o que vem a ser isso e como ela afeta meu trabalho? A suspensão de descrença está em tudo o que fazemos, criativamente falando. Se você escreve sobre super-heróis, você apela para a suspensão de descrença. Um cachorro que voa até a lua? Suspensão de descrença. Uma princesa com cabeça de dragão e cheiro de guerreiro? Suspensão de descrença. Um homem rico que larga todas as riquezas para viver Na Natureza Selvagem? Suspensão de descrença. Aliás, o último exemplo é de um filme/livro baseado em fatos reais. Mesmo assim, se você não “compra” a ideia, se você não acredita no que está lendo ou vendo, a história perde o sentido. Mas, se você acredita no que presencia, se você pensa que, dentro daquele mundo contido, as situações — e ações — são crívei...

Falta de Regularidade

Um problema que eu acabo tendo, seja a rede social que for (exceto Facebook, vai saber por que), é a falta de regularidade com as postagens. Eu não sou nada frequente. Eis o meu problema: eu tenho meu perfil no  Medium , mas não posto sempre, e minha distância entre as postagens é variável. Eu ainda estou pensando em como me organizar, já que escrever um livro e postar em redes sociais e blogs são tarefas que, ainda que não mutuamente excludentes (quero usar isso desde que aprendi isso na Matemática do Ensino Médio, me deixem), consomem tempo de vida. E eu preciso trabalhar, estudar, viver… claro que a última parte é opcional, mas faz bem, não é mesmo? Como eu não sou uma pessoa muito regular com a vida, estou pensando no que vou fazer — e em como vou fazer — para organizar minhas postagens. Eu também não quero ser obrigado a postar só por postar. E quero que o conteúdo seja relevante para mim e, claro, para quem leia. Ainda estou pensando, não sei como vai ser, mas promet...

A Ideias Que Não Cansam De Aparecer

Continuo escrevendo, editando, resumindo e expandindo meu livro e, por consequência, o universo em que ele acontece. O interessante, é que as ideias não deixam de aparecer só porque estou focando em um projeto. Isso me deixa bem confuso, pois as ideias podem ser no microuniverso desse mundo, ou no macrouniverso/multiverso que conecta todas as minhas ideias. Às vezes é apenas uma palavra, ou uma expressão fora do lugar, como “bailarina”, “chapéu de coco” ou “fazer acontecer” (não que eu tenha relacionado essas). Outras, é simplesmente a ideia de misturar dois universos de magia urbana, não fazendo um, mas colocando os coadjuvantes de um livro no outro, mas com abordagens diferentes. Um dos livros que pretendo fazer no futuro é uma fantasia urbana adolescente, com demônios e possessões. Bem legal, aliás. Outro é uma história de detetives, mas também com magia, porém em uma pegada mais adulta. (Não sei se deu para notar, mas sou meio fascinado por magia.) Não é algo do tipo...