quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Fantasia Urbana x Fantasia Medieval. Qual a mais fácil de escrever?

Bem, aqui estou eu para um segundo post. Acho que gostei da liberdade para compartilhar minhas dúvidas como escritor. E a de hoje é uma dúvida com uma pegadinha, de certa forma. É mais fácil escrever fantasia urbana ou medieval?
Primeiro, preciso dizer que cresci lendo a fantasia mais medieval e tenho pouco contato com a versão urbana, então ainda estou tentando entender esta última. As regras parecem mais simples, e ao mesmo tempo, mais complexas. Se, ao contrário da medieval, você não precisa necessariamente criar um mundo à parte (embora possa) na fantasia urbana, por outro, parece que ela te convida a explicar mais a magia, a criar sistemas complexos e a explicar, quase que cientificamente, como as coisas funcionam. No entanto, a fantasia medieval costuma exigir um melhor detalhamento do mundo e dos seres que o habitam. Não é possível jogar um personagem em uma zona desconhecida sem explicar um pouco que seja daquele lugar. Afinal, por mais que já estejamos acostumados a vermos filmes que se passam em séculos antigos, nós não vivemos nessa era já ida. Aquele mundo nos é estranho, queiramos ou não. E aí entra outra questão: até onde detalhar?
Na verdade, eu entendo essa segunda questão como um subproduto da primeira. A fantasia urbana precisa de menos detalhes em descrição de lugares. E, exceto quando o lugar é inventado ou adaptado, basta uma pesquisa rápida para que a descrição ganhe vida. Na fantasia medieval, por outro lado, temos, a rigor, um lugar que, mesmo que já tenha existido, não existe mais e não é de fácil visualização. A pesquisa e/ou criação é mais intensa e corremos o risco de pecar por excesso ao mostrar como é o mundo e como ele funciona. É uma questão de equilíbrio.
No post anterior, eu tinha dito que não queria ser o tipo de autor que diz que “a companhia estava passando por uma floresta com a grama inclinando a trinta graus pelo vento que balançava os galhos de uma árvore frondosa, da qual uma única folha caiu e foi carregada suavemente até um lago profundo…”. Esse cara não sou eu. E, por conta disso, experimentando tanto na fantasia urbana, quanto na fantasia medieval, vou encontrando semelhanças e diferenças, estilos que melhor se adequam a uma ou a outra, necessidade de descrições que podem ou não se alongar e a criação de todo um sistema para o correto funcionamento daquele mundo.
De novo, não tenho uma resposta pronta. Não sei dizer qual tipo de fantasia é mais fácil — se é que algum deles pode ser considerado mais fácil. Estou aqui, como sempre, mais pela provocação, dividindo meus anseios e dúvidas. Gosto de ambas as fantasias, escrevo em todas as esferas e me divirto com todas elas. Se é que existe uma que seja mais fácil, só uma maneira de descobrir — escrevendo. Ah! E me divertindo no processo, claro.

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