Acabou de passar uma mariposa pela janela. Como é engraçado que uma borboleta e uma mariposa sejam tão diferentes e tão parecidas. Ambas são belas, às suas maneiras, e ambas são resultado de uma vida inteira de transformações, que, frágil, dura pouquíssimo tempo. Sua diferença mais marcante é a luz. Enquanto as borboletas vivem na luz do sol e são banhadas por seu brilho, as mariposas vivem nas trevas e lutam para alcançar a luz. Geralmente, essa luz não é bela e acolhedora, mas apenas uma tentação mortal.
Por que é tão mais difícil ser uma mariposa e tão mais fácil ser uma borboleta? Por que é tão pior a tentativa de sobrevivência em meio às trevas? Por que viver eternamente na noite nos torna cinzentos e desprovidos de vida? São muitas as perguntas, mas engana-se quem pensa que a luta pela sobrevivência nas trevas seja mais difícil do que na luz.
Será que alguém já percebeu que a luz é algo transitório, com duração tênue? Que estar na luz é estar muito mais exposto a inimigos que nas trevas? Que as trevas podem proteger, acolher e enganar os sentidos de seus inimigos, mas que a luz não é capaz de garantir segurança? A luz não esconde, revela. Ela não protege, expõe. Sim, caros, a luz pode ser tão cruel quanto as trevas. E isso quer disse que as trevas são melhores do que a luz? De forma alguma! Elas, assim como as mariposas e borboletas, são de naturezas completamente opostas e complementares. Uma mariposa se recusa a existir na luz, bem com uma borboleta é incapaz de se integrar às trevas. Elas são diferentes e isso não pode ser mudado, apenas observado e admirado.
A vida é uma selva, as luzes e as trevas são faces de uma mesma moeda e as borboletas e mariposas fazem o seu melhor para se manterem vivas. Cada uma está melhor ou pior adaptada de acordo com o ambiente em que se encontre.
E o que é melhor? Ser uma mariposa ou uma borboleta? Difícil decisão...
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