Acho que uma das coisas mais difíceis quando se é um escritor de primeira viagem é manter uma agenda de escrita. Não que escrever seja um sacrífico, pois é algo que faço por prazer. No entanto, mesmo que por prazer, a constância é algo complicado de ser mantida.
A princípio deveria ser algo fácil, não? Escrever 30, talvez 40 minutos por dia. Produzir textos sobre diversos assuntos ou, caso esteja trabalhando no primeiro livro — como eu — colocar uma nova sequência de palavras no papel ou tela do computador. E seria, mas nós insistimos em arranjar desculpas para não produzir.
Às vezes, não são desculpas, mas a realidade: “tenho um trabalho para entregar para a faculdade”, “prova amanhã”, “projeto de término de curso”, “relatórios a serem entregues”, “o chefe pediu algo impossível de última hora”… Outras vezes, a necessidade de socializar: “a galera me chamou para um barzinho/boate”, “vai estrear aquele filme que estou louco para ver”, “preciso dar atenção para a família/amigos/gato/cachorro/periquito/papagaio…” Enfim, fato é que nós sempre acabamos encontrando um motivo para não escrever. Sempre acontece alguma coisinha, um probleminha, ou outros tantos inhos e inhas por aí. E tem jeito? Sinceramente? Não.
Nós sempre vamos ter algo “mais importante” para fazer do que escrever, principalmente se não ganhamos para isso. Se somos pagos, a coisa muda muito de figura. Porém, o escritor de primeira viagem nunca está sendo pago por seu produto, exceto se ele já se sobressaiu em outra área e o livro tenha sido encomendado. Os pobres mortais restantes precisamos, aliás necessitamos, entender a escrita não de forma amadora, mas como profissão, ou aquele livro, aquele artigo, aquela nota no blog nunca ficarão prontos. É em não acharmos que há algo mais importante que escrever que iremos, por fim, escrever. E como faremos isso? Mudança de atitude.
Eu falo apenas por mim. Estou em um exercício de mudança de atitude perante a escrita. Comecei a postar aqui no blog, estou fazendo a revisão do meu livro, com a expansão do universo em que ele acontece, e estou tentado, pouco a pouco, manter nem que seja um mínimo de escrita por dia. E não se enganem, nem sempre estou fazendo isso na tela, já que sou uma pessoa que se dá melhor com papel e caneta. Não sei, parece que as ideias fluem muito melhor e não há o som de notificações diversas interrompendo o raciocínio.
Em todo caso, estou me forçando a escrever todos os dias, um mínimo que seja. Eu sou do tipo de pessoa que, desde que sente na cadeira e não seja interrompido, vou escrever por bastante tempo, vou ter ideias fluindo à toda e, quando menos esperar, terei concluído a tarefa do dia. Se fizer o que tiver de ser feito, sem dúvida serei capaz de manter uma agenda de escrita aceitável. Basta não me render às desculpas nossas de cada dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário