quinta-feira, 31 de março de 2011

Reflexões

Eu juro que pensei que não faria isso uma segunda vez. Agora, não sei se é porque quero logo colocar os textos mais recentes, se por os dois textos serem curtos, ou se porque são ambos assuntos parecidos, que eu resolvi colocar estes dois textos juntos.
Estes textos têm mais ou menos a mesma idade dos outros, o que quer dizer que passa de dez anos que os escrevi. São, continuando um pouco a linha do texto da semana passada, textos sobre desastres e tragédias pessoais. Um amigo me disse uma vez que os meus textos são um convite ao suicídio e eu já disse semana passada que espero que não seja verdade. Mas espero que vocês gostem do que lerem.
Bem, sem mais delongas:



No Topo do Mundo ou à Beira do Precipício?

            Bruno Leandro

            Neste momento, descrevo o que vejo. Vejo um homem. Um homem no topo do mundo. Mas estará ele no topo do mundo ou à beira do precipício? Não o sei. Mas, de qualquer forma, ele cai. Está caindo, caindo, caindo... Quer tenha ele caído do topo do mundo ou da beira do precipício, seu corpo toca o chão. Toca-o num beijo sombrio. Sombrio e sangrento. Caiu da beira do precipício ou do topo do mundo? Bem, de onde quer que ele tenha caído seu corpo agora é uma massa disforme e vermelha no chão. E não há ninguém para recolher os pedaços.
            Num abraço fatal, o solo recolheu sua alma. Quer tenha ele caído do topo do mundo ou da beira do precipício, não tem  agora amigos ou quem olhe por ele. Está morto, esquecido por todos. Os braços de Celesta – a Morte, o apertam e sufocam. Seus beijos gelados substituem aqueles quentes que tinha em vida. Que, embora fossem quentes, eram inda mais frios que os beijos d própria Morte.
            Qualquer lugar de onde tenha caído, talvez até de uma ponte, morreu sem amizade, sem amor, sem nada. Tudo isso porque, em vida, foi arrogante com os seus.



Por que o Céu Cai?
Bruno Leandro

            Estou com medo. O céu está se fechando sobre mim. Sinto-me sufocar. Estou tonto, lânguido, quase sem sentidos. Meus pulmões ardem e meu coração aperta no peito. Por que o céu cai?
O que está havendo com o mundo? Por que todos choram e gritam? Por que as pessoas morrem e não podemos ser felizes? Por que o céu cai?
Essa fumaça vermelha, que cai nos meus olhos, é como a poeira das estrelas, que caem nestes dias. O mundo parece acabar e o sol está sumindo. (Meu Deus, por que nos castiga e abandona? Por que faz o céu cair sobre nós?) Por que ele cai?
Não consigo respirar, estou me afogando. Não só o céu cai, como também os mares se elevam, tingidos de sangue. Como sou tolo! O mundo se acaba e as montanhas caem sobre nós, tentando nos proteger de mais dor e sofrimento. No meio de tudo ainda pergunto: Por quê?
Mas a resposta é óbvia. Embora eu tente fugir da verdade eu a conheço. E nossa culpa! Nós provocamos o fim do mundo. É tudo culpa de nossas Guerras, Pestes e Fomes. A Morte é apenas conseqüência. Este Apocalipse é nosso e só nos resta morrer.

2 comentários:

  1. Fui na UERJ pela manhã e tinha um corpo no jardim. Acho que o blog está bem popular.

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  2. Eu tou com sono e demorei dois minutos pra entender,sua doida. :p
    Espero que não tenha sido por minha causa. Propaganda negativa não dá.
    Bem que as pessoas poderiam parar de se suicidar na UERJ. Ainda mais quando elas nem estudam lá.

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