Voltando com mais uma "Poesia de Quinta", desta vez o tema é: Metáfora, este floreio tão necessário à poesia e à escrita de todo o sempre. Poesia não se explica, então não posso explicar a minha, embora ela pareça mais um conto em forma de poesia do que uma poesia propriamente dita, de tão grande.
Aproveitem, é o que posso desejar.
A Metaphora
Bruno Leandro
As palavras eram ditas fora do seu sentido comum. Tudo era falado em modo floreado, diverso, elíptico, enigmático: eufêmico.
Nos sentidos escondidos surgiam os pensamentos verdadeiros. Nada era como se queria dizer, pois o que se queria dizer estava oculto nas sombras do pensamento refeito.
Era estranho, mas ninguém se importava. Eram prisioneiros das palavras, mas através delas conseguiam a liberdade.
Eu era um. Agora, não mais.
A liberdade das palavras me fez perceber que sentidos ocultos podem ser revelados, desvelados, desvendados.
Eu percebi que sou o rei de meus dizeres e saberes e que tudo o que digo pertence somente a mim.
Eu era deles. Agora sou de mim mesmo.
Agora refeito, não caio em sua falsa poesia, de falsos motivos e falsas morais. Não caio mais em seus falsos sentidos, falsas ideias, falsos ideais.
Matei a metáfora. Ou terá ela morrido em mim? Não será a morte da metáfora a da poesia em si?
Vou contar um segredo: a poesia não é feita de metáforas, mas a metáfora é feita de poesias.
Será que sou tão livre assim? Não sei... Talvez a metáfora esteja dentro de mim.
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