Hoje eu continuo a postagem de ontem sobre as minhas duas semanas totalmente sumido.
ENEL – 2012
O
ENEL é um Encontro Nacional dos Estudantes de Letras, o qual acontece
anualmente, mudando de região a cada vez. Isso dá a oportunidade de todos os
estudantes interagirem e reforçarem seus laços, além de conhecerem partes do
país às quais nunca imaginaram ir antes. Há palestras, oficinas, encontros
culturais e, claro, festas, pois ninguém é de ferro. Existem dias para turismo
e plenárias para discussões políticas, onde temos voz e voto. A comissão
organizadora tem a função de receber o evento na cidade-sede do encontro e de
por tudo em ordem para que a universidade que receberá os estudantes o faça de
maneira que seja o mais proveitosa possível. No entanto...
Perrengue... (Sim, eu fiquei neste lugar) |
Devo
dizer que fui muito empolgado para o encontro. Este foi o meu primeiro ENEL (de
muitos, espero), mas confesso que me desapontei com muitas coisas. Depois de
uma viagem de 20h (opção minha, pois eu quis participar da viagem com meus
colegas), que apesar de cansativa, foi divertida e me deu a oportunidade de
conversar com pessoas com as quais eu nunca teria interagido, chegamos à cidade
de Florianópolis, indo para a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
Digamos, que aí começaram alguns problemas estruturais que me deixaram
desapontado. Contudo, eu prefiro não ficar reclamando muito. Devo, apenas,
dizer que o lugar em que fomos acomodados não era o que havia sido combinado e
que a alimentação deixou a desejar em muitos aspectos. Além disso, problemas
com organização de salas e horários das palestras e oficinas, além do
cancelamento de algumas delas me deixaram meio reticente sobre se eu havia
realmente conseguido meu intento, já que eu havia ido ali por motivos
acadêmicos.
A entrada da UFSC |
Apesar
dos problemas (que não foram poucos), creio que tenha conseguido um bom
aproveitamento do encontro, pois os ciclos de discussões, palestras e oficinas
dos quais participei foram ótimos. Quem disse que estudantes não conseguem
organizar um evento para estudantes? Sei que parece contraditório o que escrevi
neste parágrafo em relação ao anterior, mas não estou mais falando da
organização do evento em si, mas da qualidade dos trabalhos apresentados. Vi apresentações
relacionadas ao ensino de línguas, uso de quadrinhos para o incentivo aos
estudos e até mesmo de jogos e representações de RPG com o mesmo intento. Fiquei
feliz com a profundidade e a maturidade com que meus colegas de todas as partes
do país trataram de seus assuntos. Fiquei orgulhoso em saber que muitos deles
serão futuros professores, pois, se se mantiverem como estão, o futuro de nossa
educação estará em muito boas mãos.
Pessoas de todas as partes do Brasil no evento |
Na
parte dos círculos de discussão política e plenárias, confesso que fiquei
confuso, pois foram sempre as mesmas pessoas falando e expondo seus pontos de
vista. Eu não tinha como me manifestar, já que era meu primeiro encontro, mas
percebi que poucos falam e os mesmo poucos concentram as opiniões em torno de
si. Não gosto disso e pretendo ter mais voz, se conseguir me inteirar melhor do
funcionamento do ENEL para o próximo ano. Houve um círculo de discussão que
achei muito curioso. Primeiro, porque eram três que viraram um só: um contra o
racismo, outro contra a homofobia, e o terceiro sobre o aborto. Eu gostaria de
participar dos três, e de quantos mais houvesse, pois muito me interessam os
assuntos relacionados à opressão. Creio que a fusão dos três em um círculo de
discussão sobre as opressões em geral tenha tido pontos positivos e negativos. Se,
por um lado, pudemos falar sobre os três assuntos, por outro, eu acho que a
discussão ficou rasa. Falou-se bastante de racismo, algo de homofobia, mas nada
de aborto. Falamos, sim, da mercantilização da mulher e sobre o machismo, mas o
assunto-tema, ao menos inicial, não foi sequer cogitado. Uma pena.
Uma das festas (a péssima qualidade é de propósito) |
Eu
ainda poderia falar sobre as culturais, sobre as festas (muito boas, no geral),
de como a cidade era linda (apesar de eu não ter feito turismo, conheci os
arredores da universidade) e seus habitantes bem educados (ao ponto de carros
pararem nas faixas onde não havia sinal para que os pedestres passarem. Nunca não
coisa aconteceria no Rio de Janeiro, onde o que impera é a pressa) e de muito
outros assuntos, mas isso levaria páginas e páginas, coisa que a maioria das
pessoas detestaria. Acho que já falei bastante, no entanto. Ainda tive um
contratempo que estendeu minha viagem em seis horas: um bloqueio na Via Dutra
por caminhoneiros que pediam melhores condições de trabalho. Meus colegas
ficaram revoltados por eu ter dito que entendia o lado dos caminhoneiros, mas
eu entendo, sim. Afinal, minha universidade não está em greve justamente por
melhores condições? Enfim...
Próximo ao Shopping Iguatemi deles (temos um no RJ, também) |
Como
vocês podem ver, tive duas semanas bem agitadas e eu só voltei ao Rio de
Janeiro na segunda-feira da semana passada, dia 30 de julho. Some-se a isso o
fato de que eu voltei a trabalhar pouco depois e acho que dá pra entender
porque não tive tempo hábil de produzir algo ainda. Acho que esta minha “pequena”
postagem no blog acaba tendo a dupla função de justificativa e, também, de
ocupar esse espaço vazio que esteve por aqui até agora.
Espero
dentro em breve voltar a produzir contos e textos novos e torço para que você
continuem acompanhando meu blog.
Abraços
a todos!
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