sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Resumo de duas semanas - parte 2


Hoje eu continuo a postagem de ontem sobre as minhas duas semanas totalmente sumido.

ENEL – 2012

O ENEL é um Encontro Nacional dos Estudantes de Letras, o qual acontece anualmente, mudando de região a cada vez. Isso dá a oportunidade de todos os estudantes interagirem e reforçarem seus laços, além de conhecerem partes do país às quais nunca imaginaram ir antes. Há palestras, oficinas, encontros culturais e, claro, festas, pois ninguém é de ferro. Existem dias para turismo e plenárias para discussões políticas, onde temos voz e voto. A comissão organizadora tem a função de receber o evento na cidade-sede do encontro e de por tudo em ordem para que a universidade que receberá os estudantes o faça de maneira que seja o mais proveitosa possível. No entanto...

Perrengue... (Sim, eu fiquei neste lugar)
Devo dizer que fui muito empolgado para o encontro. Este foi o meu primeiro ENEL (de muitos, espero), mas confesso que me desapontei com muitas coisas. Depois de uma viagem de 20h (opção minha, pois eu quis participar da viagem com meus colegas), que apesar de cansativa, foi divertida e me deu a oportunidade de conversar com pessoas com as quais eu nunca teria interagido, chegamos à cidade de Florianópolis, indo para a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Digamos, que aí começaram alguns problemas estruturais que me deixaram desapontado. Contudo, eu prefiro não ficar reclamando muito. Devo, apenas, dizer que o lugar em que fomos acomodados não era o que havia sido combinado e que a alimentação deixou a desejar em muitos aspectos. Além disso, problemas com organização de salas e horários das palestras e oficinas, além do cancelamento de algumas delas me deixaram meio reticente sobre se eu havia realmente conseguido meu intento, já que eu havia ido ali por motivos acadêmicos.

A entrada da UFSC
Apesar dos problemas (que não foram poucos), creio que tenha conseguido um bom aproveitamento do encontro, pois os ciclos de discussões, palestras e oficinas dos quais participei foram ótimos. Quem disse que estudantes não conseguem organizar um evento para estudantes? Sei que parece contraditório o que escrevi neste parágrafo em relação ao anterior, mas não estou mais falando da organização do evento em si, mas da qualidade dos trabalhos apresentados. Vi apresentações relacionadas ao ensino de línguas, uso de quadrinhos para o incentivo aos estudos e até mesmo de jogos e representações de RPG com o mesmo intento. Fiquei feliz com a profundidade e a maturidade com que meus colegas de todas as partes do país trataram de seus assuntos. Fiquei orgulhoso em saber que muitos deles serão futuros professores, pois, se se mantiverem como estão, o futuro de nossa educação estará em muito boas mãos.

Pessoas de todas as partes do Brasil no evento
Na parte dos círculos de discussão política e plenárias, confesso que fiquei confuso, pois foram sempre as mesmas pessoas falando e expondo seus pontos de vista. Eu não tinha como me manifestar, já que era meu primeiro encontro, mas percebi que poucos falam e os mesmo poucos concentram as opiniões em torno de si. Não gosto disso e pretendo ter mais voz, se conseguir me inteirar melhor do funcionamento do ENEL para o próximo ano. Houve um círculo de discussão que achei muito curioso. Primeiro, porque eram três que viraram um só: um contra o racismo, outro contra a homofobia, e o terceiro sobre o aborto. Eu gostaria de participar dos três, e de quantos mais houvesse, pois muito me interessam os assuntos relacionados à opressão. Creio que a fusão dos três em um círculo de discussão sobre as opressões em geral tenha tido pontos positivos e negativos. Se, por um lado, pudemos falar sobre os três assuntos, por outro, eu acho que a discussão ficou rasa. Falou-se bastante de racismo, algo de homofobia, mas nada de aborto. Falamos, sim, da mercantilização da mulher e sobre o machismo, mas o assunto-tema, ao menos inicial, não foi sequer cogitado. Uma pena.

Uma das festas (a péssima qualidade é de propósito)
Eu ainda poderia falar sobre as culturais, sobre as festas (muito boas, no geral), de como a cidade era linda (apesar de eu não ter feito turismo, conheci os arredores da universidade) e seus habitantes bem educados (ao ponto de carros pararem nas faixas onde não havia sinal para que os pedestres passarem. Nunca não coisa aconteceria no Rio de Janeiro, onde o que impera é a pressa) e de muito outros assuntos, mas isso levaria páginas e páginas, coisa que a maioria das pessoas detestaria. Acho que já falei bastante, no entanto. Ainda tive um contratempo que estendeu minha viagem em seis horas: um bloqueio na Via Dutra por caminhoneiros que pediam melhores condições de trabalho. Meus colegas ficaram revoltados por eu ter dito que entendia o lado dos caminhoneiros, mas eu entendo, sim. Afinal, minha universidade não está em greve justamente por melhores condições? Enfim...

Próximo ao Shopping Iguatemi deles (temos um no RJ, também)
Como vocês podem ver, tive duas semanas bem agitadas e eu só voltei ao Rio de Janeiro na segunda-feira da semana passada, dia 30 de julho. Some-se a isso o fato de que eu voltei a trabalhar pouco depois e acho que dá pra entender porque não tive tempo hábil de produzir algo ainda. Acho que esta minha “pequena” postagem no blog acaba tendo a dupla função de justificativa e, também, de ocupar esse espaço vazio que esteve por aqui até agora.

Espero dentro em breve voltar a produzir contos e textos novos e torço para que você continuem acompanhando meu blog.

Abraços a todos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário