quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Poesia de Quinta

E aqui estou eu com uma nova "Poesia de Quinta".
Resolvi apelar e ser mais erótico desta vez.
Será que agrado?
Não deixem de me dizer.



A Língua
Bruno Leandro

A língua lambia. Dava voltas e mais voltas. Explorava todos os recônditos. Deslizava pelas maciezes morenas, rosadas, amarelas.

A língua em chamas passeava, ora lenta, ora inadvertidamente rápida, como um turbilhão giratório.

A língua se movia por todos os recantos e nuances, seguia todos os contornos, sentia o sabor doce e azedo. Lambia a fenda gelada. Sugava o néctar que escorria.

A língua fazia parte de uma boca. Uma boca que mordia com força. Mordia com prazer. Mordia de arrancar pedaços. Mordia gulosamente até reduzir a nada.

A língua lambia os dedos melados. E do sorvete não sobrava sequer a casquinha.

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