Reflexões sobre o Onze de Setembro
Hoje é dia 11 de setembro de 2011, uma data histórica, que relembra os 10 anos de uma tragédia americana: o dia em que dois aviões se chocaram contras as torres gêmeas do World Trade Center. É um dia triste para muitas pessoas e, infelizmente de júbilo para outras. Fico muito triste em dizer que há pessoas que eu conheço que dizem que ficaram “muito felizes” com o que aconteceu e que deram urros de alegria com a visão da tragédia. Eu só tenho a dizer que tais pessoas não têm nenhum coração.
Não me entendam mal, não morro de amores pelos Estados Unidos da América, uma nação que não sabe tratar bem sequer seus próprios cidadãos e que acha ser dona do mundo. Entendo, também, que o que aconteceu fui culpa tanto da política armamentista, quando expansionista (e imperialista) que o país desenvolve desde muito tempo. Infelizmente, o famigerado 11 de setembro foi apenas uma das possíveis consequências para o que o próprio país esteve fazendo no último século.
Para aqueles que não sabem, o próprio Estados Unidos financiou muitas guerras e se envolveu em tantas outras. Ele também se aliou a muitos ditadores e os armou, sempre na tentativa de combater o poder do socialismo e dos soviéticos (o bicho-papão estadunisense desde sempre). Só para que reflitam, o próprio ex-ditador iraquiano que foi enforcado recentemente serviu de aliado para os EUA por anos a fio, até se tornar um incômodo que teve que ser descartado. E o Afeganistão também foi armado pelo mesmo país que o invadiu recentemente, dizimando parte de sua população inocente em sua “Guerra ao Terror”. Nenhum dos dois fatos citados é parte de uma teoria da conspiração, pois ambos podem ser provados. Garanto a vocês que, se Fidel fosse capitalista, ele teria apoio dos Estados Unidos. Mas, enfim, essa é uma discussão para outra hora. Estou aqui para falar das vítima civis.
Muitas pessoas foram assassinadas naquele dia fatídico, não apenas as que estavam dentro dos prédios, mas as que estavam nos aviões desviados. E é por isso que não admito quando pessoas se vangloriam do “fracasso” do país em defendê-las. Aquelas eram pessoas inocentes, levando suas vidas adiante e que não mereciam morrer de maneira tão estúpida. Se o pensamento de algumas era racista, homofóbico, misógino, xenófobo, etc. nunca saberemos ao certo, mas não acho justo que se julgue tais pessoas pelo país em que viviam. Oras, tal tipo de pensamento é o que tem justificado por anos a fio as invasões estadunisenses (americanos somos todos nós, não somente eles) a países governados por “ditadores que precisam ser combatidos” e que seguem “religiões malignas que desrespeitam a vida”. Ou seja, sendo este o pensamento geral, o de que é maligno todo aquele que vive naquele país, podemos entrar, invadir, destruir, matar e tudo estará certo no final, pois não haverá inocentes. Tal tipo de pensamento é o que leva diariamente pobres a terem suas casas invadidas, seus corpos espancados, seus egos humilhados e suas vidas tiradas por policiais sem mandados em favelas todos os dias: por estarem à margem da sociedade (ou do mundo) essas pessoas perdem seus direitos.
Mas, voltando ao 11 de setembro, devo dizer que a data precisa ser pensada e refletida, muito pelo que foi, mas também pelas consequências que trouxe para o mundo. O mundo pós-onze de setembro é um mundo mais sombrio, mais cinza do que nunca, onde os limites são ultrapassados a todo momento. Espero sinceramente que isso não continue, pois a tendência em casos assim é que uma nova guerra mundial, entre aqueles que querem manter seus direitos e aqueles que querem tirá-los, possa vir a acontecer. Espero que não e não ouso pintar esse futuro sombrio.
Para encerrar, quero reforçar novamente: as pessoas daquela data são vítimas e como tal têm de ser lembradas, não como algozes, o que nunca foram. Se você é um dos que tanto criticaram, riram e debocharam do desespero daquelas pessoas, pense e repense: se fosse com você, com sua família, gostaria que outros ficassem felizes ao dançar sobre os túmulos de todos? Deixo aqui esta pergunta para aqueles que precisam ser lembrados do que é ser humano.
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