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Mostrando postagens de agosto, 2016

A Construção da Base Leitora

Todas as pessoas que escrevem e que começam do zero lutam com um problema terrível: “E se ninguém gostar do que eu escrevo?”   —   Falo isso porque eu mesmo passo por isso e, n ã o por acaso, criei este blog onde, além de contos, falo sobre minhas d ú vidas em relação à escrita. Este aqui  é  meu diário, meu confessionário e meu divã. É aqui que eu jogo minhas inseguranças, rumino as ansiedades e compartilho um pouco do que vou aprendendo pelo caminho. Não é formal, não é como se eu estivesse aqui para dar aulas de algo, mas sei que minha experiência vai ajudar em alguma coisa. E, no divã de hoje, os meus anseios são sobre  a construção da base leitora . Acho que a coisa que mais preocupa um autor iniciante   —   pelo menos,  é  o que mais   me  preocupa   —   é  ter uma base de leitores. Afinal, tirando alguns poucos seres iluminados e utópicos, todos escrevemos para sermos lidos. Oras, eu não criaria um blog se não quisesse que as pesso...

Como melhorar na escrita?

(You should work, work, work, work, work.) Escrever sobre escrever, por mais que pareça bobo, é algo que me anima. E digo isso pelo simples fato de que eu relaxo ao poder colocar minhas dúvidas e anseios fora da minha própria mente. Este espaço não se pretende nada mais do que um lugar de questionamentos e desabafos, sem respostas prontas e sem obrigatoriedade de respostas ao final da postagem. E, por conta disso, o assunto que eu quero abordar hoje é como melhorar na escrita. Escrever é algo difícil, mesmo para quem tem rompantes criativos, um português impecável e nasceu com um tablet na mão. Apesar de ser criativo e ter um nível muito bom de português, estou longe de ser perfeito e podem ter certeza de que não nasci com nenhum aplicativo de escrita a meu alcance. Sou da época (na minha época…) em que a internet estava começando. Eu posso, inclusive, dizer que cresci junto com ela, que nos desenvolvemos juntos e fomos aprendendo a lidar um com o outro. A tecnologia também evol...

O conto ou o romance?

Terminei de re-esboçar meu livro e estou a revisá-lo, reescrevendo partes que não funcionavam, cortando outras e acrescentando algo. Isso dá algum trabalho, mas é necessário para que um escrito fique bom, pois a primeira ideia, por ótima que seja, dificilmente é a melhor que podemos ter. Confesso que está sendo um ótimo aprendizado, pois, quando escrevo contos, meu planejamento sempre é mais solto e minha escrita mais espontânea. Com isso, me veio a pergunta: o que é mais fácil escrever, o conto ou o romance? Acredito que muita gente vá dizer que um conto é mais fácil do que um romance e, embora parte de mim pense dessa forma, confesso que ponho essa parte em xeque ao pensar que um conto tenha uma limitação de palavras para causar um efeito. Eu consigo fazer isso com certa naturalidade e já me considero um bom contista. Quando quero causar raiva, medo, alegria, tristeza, apreensão, acho que cumpro a missão em poucas palavras. Porém, ao contrário dos grandes Edgar Allan Poe e Macha...

Devo ou não fazer outline (esboço) da minha história?

Eu estava na dúvida se escreveria um texto para hoje, pois estou à toda na produção do meu livro. Porém, o que estou fazendo tem muito a ver com esse tema que vou abordar agora, então não tinha como escapar. Digamos que é uma união de oportunidades. Todas as vezes em que escrevia contos curtos, crônicas e até mesmo quando fazia e desenhava histórias em quadrinhos, a história sempre fluía de uma vez. Eu dificilmente fazia um planejamento prévio. Ou seja, nada de brainstorm (tempestade cerebral), outline (uma espécie de esboço), braindump (jogar o que está na sua mente no papel, não importando o que seja; muito parecido com o brainstorm), mapas mentais ou outra preparação. Era simplesmente escrever, escrever e escrever. Então, eu resolvi escrever um livro. O primeiro livro que eu tentei escrever não está completo até hoje, apesar de eu ter feito todo um planejamento em mapas, raças, relevos e história pregressa. Sendo um livro de fantasia, eu sabia que não poderia escapar disso e ...

Escrevendo meu primeiro romance fantástico

Este meu espaço aqui no blog novo e todos que os leem têm uma ideia de que estou escrevendo um livro. É um livro de fantasia, que pretendo ser algo juvenil, talvez para jovens-adultos. Gosto da ideia de escrever para um público variado, mas o livro é longo e sei que não será para crianças pequenas mais por conta do tamanho. Não é um Senhor dos Anéis, nem As Crônicas de Gelo e Fogo, mas não é um livro pequeno. O esboço do primeiro rascunho já foi, mas quero fazer um rascunho mais organizado (um segundo rascunho, por assim dizer) e, a partir daí, começar a trabalhar as pontas soltas do livro, fazer os cortes necessários e começar a chamar de livro, mesmo. Eu comecei esse livro há muitos anos, mas a vida entrou na frente e tive que escrevê-lo aos poucos. Não sei se isso é ruim ou bom, acredito que um pouco de cada, pois fui me profissionalizando com o tempo e as ideias para o universo do livro floresceram bem mais do que se eu ainda fosse aquele garoto que começou a escrever uma hist...

Mantendo uma agenda de escrita

Acho que uma das coisas mais difíceis quando se é um escritor de primeira viagem é manter uma agenda de escrita. Não que escrever seja um sacrífico, pois é algo que faço por prazer. No entanto, mesmo que por prazer, a constância é algo complicado de ser mantida. A princípio deveria ser algo fácil, não? Escrever 30, talvez 40 minutos por dia. Produzir textos sobre diversos assuntos ou, caso esteja trabalhando no primeiro livro — como eu — colocar uma nova sequência de palavras no papel ou tela do computador. E seria, mas nós insistimos em arranjar desculpas para não produzir. Às vezes, não são desculpas, mas a realidade: “tenho um trabalho para entregar para a faculdade”, “prova amanhã”, “projeto de término de curso”, “relatórios a serem entregues”, “o chefe pediu algo impossível de última hora”… Outras vezes, a necessidade de socializar: “a galera me chamou para um barzinho/boate”, “vai estrear aquele filme que estou louco para ver”, “preciso dar atenção para a família/amigos/ga...

Suspensão de Descrença

De uns tempos para cá, tenho lido tanto sobre escrever que, se duvidar, sou até capaz de escrever um livro sobre isso. Um tema, no entanto, que me chama atenção, e é o motivador da minha vida como escritor é a  suspensão de descrença . E o que vem a ser isso e como ela afeta meu trabalho? A suspensão de descrença está em tudo o que fazemos, criativamente falando. Se você escreve sobre super-heróis, você apela para a suspensão de descrença. Um cachorro que voa até a lua? Suspensão de descrença. Uma princesa com cabeça de dragão e cheiro de guerreiro? Suspensão de descrença. Um homem rico que larga todas as riquezas para viver Na Natureza Selvagem? Suspensão de descrença. Aliás, o último exemplo é de um filme/livro baseado em fatos reais. Mesmo assim, se você não “compra” a ideia, se você não acredita no que está lendo ou vendo, a história perde o sentido. Mas, se você acredita no que presencia, se você pensa que, dentro daquele mundo contido, as situações — e ações — são crívei...

Falta de Regularidade

Um problema que eu acabo tendo, seja a rede social que for (exceto Facebook, vai saber por que), é a falta de regularidade com as postagens. Eu não sou nada frequente. Eis o meu problema: eu tenho meu perfil no  Medium , mas não posto sempre, e minha distância entre as postagens é variável. Eu ainda estou pensando em como me organizar, já que escrever um livro e postar em redes sociais e blogs são tarefas que, ainda que não mutuamente excludentes (quero usar isso desde que aprendi isso na Matemática do Ensino Médio, me deixem), consomem tempo de vida. E eu preciso trabalhar, estudar, viver… claro que a última parte é opcional, mas faz bem, não é mesmo? Como eu não sou uma pessoa muito regular com a vida, estou pensando no que vou fazer — e em como vou fazer — para organizar minhas postagens. Eu também não quero ser obrigado a postar só por postar. E quero que o conteúdo seja relevante para mim e, claro, para quem leia. Ainda estou pensando, não sei como vai ser, mas promet...

A Ideias Que Não Cansam De Aparecer

Continuo escrevendo, editando, resumindo e expandindo meu livro e, por consequência, o universo em que ele acontece. O interessante, é que as ideias não deixam de aparecer só porque estou focando em um projeto. Isso me deixa bem confuso, pois as ideias podem ser no microuniverso desse mundo, ou no macrouniverso/multiverso que conecta todas as minhas ideias. Às vezes é apenas uma palavra, ou uma expressão fora do lugar, como “bailarina”, “chapéu de coco” ou “fazer acontecer” (não que eu tenha relacionado essas). Outras, é simplesmente a ideia de misturar dois universos de magia urbana, não fazendo um, mas colocando os coadjuvantes de um livro no outro, mas com abordagens diferentes. Um dos livros que pretendo fazer no futuro é uma fantasia urbana adolescente, com demônios e possessões. Bem legal, aliás. Outro é uma história de detetives, mas também com magia, porém em uma pegada mais adulta. (Não sei se deu para notar, mas sou meio fascinado por magia.) Não é algo do tipo...

A personagem mais injustiçada que já conheci

A ideia para este post surgiu de um comentário em um post do Dia das Mães do Facebook (sim, faz tempo). Vocês conhecem Hester Shaw, de Mortal Engines? Acho que quem leu os até agora três livros publicados, vai concordar comigo que a personagem é muito injustiçada. Sempre a julgam antes de conhecê-la melhor apenas porque ela tem o rosto arruinado por uma cicatriz que lhe foi causada quando criança, o que é de uma covardia profunda. Tanto é, que existe um momento no livro três, quando uma pessoa não vê seu rosto, em que não há esse julgamento e o homem a acha mesmo atraente. Eu acho Hester ótima. E não entendo porque o autor a desvaloriza tanto. As pessoas automaticamente desconfiam dela só por causa da aparência e o autor “justifica” isso a corrompendo para que os outros possam posar de inocentes. E eu acho que é um ciclo vicioso. As pessoas desconfiam dela, ela acaba fazendo algo ruim e segue. Porém, exceto em pouquíssimos casos, quando o personagem é um  homem  com o...

A tela em branco ou o temível bloqueio de escritor

Eu não sou uma pessoa dada a muitos bloqueios, pelo menos não no sentido tradicional. Não é comum eu ficar sem ideias diante de uma tela ou papel em branco. Na verdade, mesmo que a ideia não esteja boa, ela está lá e eu a escrevo aos borbotões. Na verdade, senhoras e senhores, meu problema é outro: excesso de ideias. Eu não acredito que seja o único a ter excesso de ideias por aqui. Será que nunca aconteceu a vocês ficar paralisado, sem saber qual direção seguir, justamente porque tinha umas mil ideias diferentes borbulhando na cabeça? Isso acontece comigo o tempo todo, até criei um nome para essa situação: febre criativa. Eu considero que estou com febre criativa quando tenho várias ideias tentando se apossar da minha cabeça ao mesmo tempo. Mas e se a heroína fizesse isso? E se, além de ir a tal lugar, meus heróis fosse a outro? E se o vilão na verdade aparecesse um pouquinho antes, para apimentar as coisas? E se meu volume fosse dividido em três partes, para explicar melhor al...

Tire suas mãos sujas da minha História!

(Com H maiúsculo!)  Tenho lido ultimamente muitos blogs e sites que falam sobre diversidade. Aliás, estou achando cada pérola mais brilhante do que a outra. São sites ótimos, que falam sobre a diversidade em histórias que se passam nos dias atuais e alguns também tratam da diversidade em histórias ficcionais do passado, como a Idade Média, Era Vitoriana, etc. (a maioria dos sites é em inglês ou fala sobre literatura estrangeira). Porém, uma coisa que me incomoda em alguns desses sites são os comentários. Eventualmente, alguém surge e diz: “mas não havia negros na Europa nessa época”, “o mundo está muito chato com esse politicamente correto”, “guerreiros da justiça social (social justice warriors)”, blábláblá. O que essas pessoas querem dizer é: Tire suas mãos sujas da minha História. No entanto, será que essas pessoas conhecem mesmo a História? E digo mais, será que essas pessoas estão mesmo interessadas em fidelidade histórica, ou apenas no que elas entendem por iss...

Fantasia Urbana x Fantasia Medieval. Qual a mais fácil de escrever?

Bem, aqui estou eu para um segundo post. Acho que gostei da liberdade para compartilhar minhas dúvidas como escritor. E a de hoje é uma dúvida com uma pegadinha, de certa forma. É mais fácil escrever fantasia urbana ou medieval? Primeiro, preciso dizer que cresci lendo a fantasia mais medieval e tenho pouco contato com a versão urbana, então ainda estou tentando entender esta última. As regras parecem mais simples, e ao mesmo tempo, mais complexas. Se, ao contrário da medieval, você não precisa necessariamente criar um mundo à parte (embora possa) na fantasia urbana, por outro, parece que ela te convida a explicar mais a magia, a criar sistemas complexos e a explicar, quase que cientificamente, como as coisas funcionam. No entanto, a fantasia medieval costuma exigir um melhor detalhamento do mundo e dos seres que o habitam. Não é possível jogar um personagem em uma zona desconhecida sem explicar um pouco que seja daquele lugar. Afinal, por mais que já estejamos acostumados a vermo...

Conflitos de um artista iniciante

Sim, a mão é minha mesmo. Sim, eu sou um artista, embora “iniciante” seja mais para dar um charme. Já escrevo há muito anos e, embora não tenha muitas publicações em meu nome sei que vou chegar lá. Em todo caso, eu estou pensando demais e conflitando de menos. Vamos aos meus conflitos: Eu estou escrevendo um livro (estou com uns projetos…). É um livro de fantasia, o qual me divirto muito escrevendo, apesar do trabalho que dá. Aliás, talvez por conta do trabalho. Criar um mundo de fantasia é, com o perdão do trocadilho, algo mágico. E não é nada fácil. Eu comecei a criar meu mundo anos atrás. Até hoje eu acredito que não esteja completo, pois ele é um híbrido entre fantasia clássica (magia, monstros, etc.) e um mundo inventado dentro do cérebro do narrador da história (Alice, você por aqui?). O problema até aqui? Amalgamar tudo sem que fique ridículo (será que eu deveria usar essa palavra? Ridículo parece algo que um artista não deveria usar… — até parece!). Como assim, ridícul...